MURUBAU
sexta-feira, 30 de setembro de 2022
terça-feira, 25 de fevereiro de 2020
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020
A UM
AUSENTE
Carlos
Drummond de Andrade
“Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste”
quarta-feira, 6 de março de 2019
EU VOU GRITAR
EU VOU GRITAR,
ENQUANTO TIVER VOZ.
EU VOU CANTAR, ENQUANTO TIVER VOZ.
MESMO QUE AS PESSOAS NÃO ME OUÇAM,
MESMO QUE AS PARCAS TAPEM MINHA
BOCA,
MESMO QUE MINHA VOZ SE TORNE
ROUCA,
EU VOU GRITAR.
ASSIM,ATÔNITO,
CATATÔNICO,
DISTÔNICO,
NO ALUVIÃO DOS MEUS TORMENTOS,
NO VÓRTICE DOS PENSAMENTOS,
EU VOU GRITAR!
NO VÓRTICE DOS PENSAMENTOS,
EU VOU GRITAR!
E OS ECOS REPETIRÃO MINHA VOZ
PELOS PÁRAMOS DO INFINITO.
EU VOU GRITAR SEMPRE:
quinta-feira, 20 de dezembro de 2018
Noite de Natal -soneto
Autor:Geraldo de Castro Pereira
Que longos sons, sutis, vibrantes, finos
Ouço ecoando na calma noite fria!
Sons de violões, guitarras e violinos,
Espalhando pelo ar sua harmonia!
E, bem ao longe, retumbantes sinos
Badalam em repiques de alegria!
E a entoação de cânticos divinos
De um coro alegre a todos extasia!
E por que essa noite de esplendores,
De mistérios, de júbilos, de amores?
Esses doces encantos de onde vêm?
´
-É que nesta formosa noite fria
Um botão da divina Flor –Maria
Abrir-se-á na gruta de Belém!
Feliz Natal para minhas amigas e amigos!
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
HAIKAIS DE GERALDO DE CASTRO PEREIRA
Barco da esperança,
Por que tão lento vais singrando
Distante de mim?
-XIV -
Eu quero beijar
A mais formosa das rosas:
Os espinhos não deixam.
-XV -
Comigo subiste
Num pé de jabuticaba:
Preferi teus olhos.
- XVI –
A vida é batalha
Equilibra-se num fio
Da afiada navalha,
-XVII –
Seca nordestina:
Um homem espremendo a água
Da folha do cacto.
Por que tão lento vais singrando
Distante de mim?
-XIV -
Eu quero beijar
A mais formosa das rosas:
Os espinhos não deixam.
-XV -
Comigo subiste
Num pé de jabuticaba:
Preferi teus olhos.
- XVI –
A vida é batalha
Equilibra-se num fio
Da afiada navalha,
-XVII –
Seca nordestina:
Um homem espremendo a água
Da folha do cacto.
Muitas nuvens negras
Estou vendo
em meu destino.
Isto
é racismo?
Subi na balança,
Olhei para o mostrador.
Tive um desmaio..
O tempo varreu
Toda a poeira dos sonhos
Que tanto guardei.
A sombra da morte.
Corre sempre atrás de mim;
Mas, conheço atalhos.
Bola de borracha,
Que bate no chão com força,
Mais alto se eleva.
É um sino de Igreja
Que convida à oração
E fica lá fora.
Assinar:
Comentários (Atom)