sábado, 23 de junho de 2018





Selene


Um dia, estava tranquilo,
Passeando pelo jardim,
Quando vi, com todo estilo,
Seu vulto diante de mim.

Você era tão bonita!
Um corpo todo ajeitado.
Trazia um laço de fita
 No seu cabelo anelado.

Aspirei o seu perfume
Que pelo ar se esvaneceu.
As flores sentiram ciúme,
porque o olor era seu.

Seu nome fui perguntando
E você , com ar solene,
Respondeu, num tom bem brando,
Que se chamava SELENE.

Fiquei bastante encantado
E eu apertei  a mão sua,
Dizendo-lhe,emocionado:
“Selene é a deusa da lua”.

Mas, hoje,caminhando ao léu
Por uma aprazível rua,
Fui olhando para o céu:
Buscava a Selene-Lua.

Geraldo de Castro Pereira.

domingo, 3 de junho de 2018


Vivendo e aprendendo!!
Você tinha conhecimento disso?


   "As oferendas deixadas nas encruzilhadas eram uma forma de os negros alimentarem seus irmãos escravos que estavam fugindo dos feitores. Eles escolhiam lugares estratégicos por onde escravos fugitivos passariam e colocavam comida pesada; carne, frango e farofa, porque sabiam da fome e dos vários dias sem comer desses indivíduos e deixavam também uma boa cachaça pra aliviar as dores do corpo e dar-lhes algum prazer na luta cotidiana.
   As velas eram postas em volta dos alimentos para que animais não se aproximassem e consumissem o que estava reservado para o irmão em fuga e aí surge o que todos conhecem como macumba.
    O rito permanece sendo realizado pelas religiões afro como forma de agradecimento e pedidos aos seus ancestrais e em homenagem a seus santos. A cultura branca e eurocêntrica foi quem desvirtuou a prática, para causar medo, terror e abominação e reforçar os preconceitos e discriminações contra os negros.
    Não tenho religião e não pratico nenhum culto, mas gosto de saber que já houve tanta solidariedade no mundo e que as pessoas se preocupavam muito umas com as outras, a ponto de fazerem um esforço para alimentarem alguém, mesmo sem conhecerem o seu rosto.
    Hoje vejo tanta gente em igrejas e igrejas em tantos lugares servindo apenas como instrumento de manipulação e exploração da fé alheia para manutenção do poder. 
   Enfim, nós não evoluímos."
 
  Professor Leandro (historiador da UnB)