A VOLTA DAS
ANDORINHAS
“Andorinha lá fora está dizendo:
— “Passei o dia à toa, à toa!”
Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa...
— “Passei o dia à toa, à toa!”
Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa...
“MANUEL BANDEIRA”
Linda manhã!
A frouxa luz da aurora
Vem colorir
meu rosto de carmim.
Desafinados,
os pardais lá fora
Já se
alvoroçam num cantar sem fim.
Do leito eu
me levanto com cuidado
E da janela espio a imensidão.
E de repente
eu vejo um bando alado:
São andorinhas que chegando vão.
E como são
garbosas e engraçadas,
Esvoaçando,
ligeiras, aos milhares!
São
pequeninas setas arrojadas
Que vão
ferir o coração dos ares.
Agora mesmo,
qual graciosa flecha,
Uma passou,
trissando uma canção.
Outra veloz
as suas asas fecha
Fendendo o
vento, quase rente ao chão.
A
contemplá-las passo horas amenas...
Vieram de
longe...dum país distante,
Talvez
trazendo a dor em suas penas,
A saudade
talvez de um grande amante.
Depois, retornarão
ao seu destino,
Sem qualquer cerimônia ou despedida.No ano que vem, num gesto repentino,
Outras virão para alegrar a vida.
Geraldo de
Castro Pereira
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