domingo, 18 de junho de 2017

O Fósforo  e  a  Vela


Autor: Geraldo de Castro Pereira


O fósforo, certa vez,
Viu, de longe, uma vela.
Todo garboso e aceso,
Ele aproximou-se dela;

 “Bom dia, minha amiguinha
 Quão dura a minha missão!
Eu tenho que acendê-la,
Não se aborreça, não!”

“Por favor, não faça isto,
Meu inseparável amigo.
Não vê que se me acender,
Morrerá também comigo?”

O fósforo retrucou:
“Minha bela criatura,
Quer durante a sua vida
Permanecer assim dura?

E, sem nunca ter brilhado,
Será você imprestável.
Se não quer que eu a acenda,
Sua vida é dispensável.

Você e eu só fomos feitos
Para nos tornarmos luz.
Com minha chama eu a acendo,
Mas você que a conduz.

Com certeza irá sentir
Uma insuportável dor
Mas, ela irá transformar-se
Em muita luz e calor.”

Quando a vela viu o fósforo
No seu último estertor,
Disse-lhe, quase implorando,
"Acenda-me, por favor!".

Obs; baseado numa mensagem recebida.

2 comentários:

  1. Excelente. Poste mais coisas suas. Escreve tão bem.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Francisca. Vou seguir seu conselho, colocando mais textos meus.

      Excluir