domingo, 26 de agosto de 2018





O PÃO-DURO

Microconto -

 “Sou pão-duro, vivo bem. Não dou esmola, não faço favor, não ajudo ninguém. Sou pão-duro, vivo bem. Quem quiser que faça assim como eu também.”
  Joaquim sempre cantarolava a musiquinha de Luiz Gonzaga. Gerente de uma padaria. Todo o dinheiro ganho escondia no colchão de palha.
  Uma noite, sozinho, como o “José”, do poema drummondiano, fumava. Adormeceu.
Chamas! Cinzas! Vizinhança acode. Sepultado como indigente!
  Alguém no enterro: “sou pão-duro, vivo bem...”

Geraldo de Castro Pereira


terça-feira, 14 de agosto de 2018





Seu nome

Espalhei seu nome por toda a parte
E o coloquei em vários outdoors!
Escrevi-o nos altos montes.
Gritei seu nome entre os vales
Para ouvir os ecos repeti-lo.
Coloquei seu nome na voz dos cantores.
Escrevi-o nas areias do deserto
Para que o vento incerto o espalhasse entre as brancas dunas.
Coloquei seu nome nas ondas do mar
 E ele se misturou
Com aquele surdo marulhar.
Ensinei os pássaros canoros a gorjeá-lo
E os relâmpagos a aprenderem a escrevê-lo no céu.
E, com ferro e fogo,
Gravei seu nome em meu coração!
E como sangrou!!!.

terça-feira, 7 de agosto de 2018


Trovas de Geraldo de Castro Pereira:
trova 1:


QUALQUER IDOSO, POR CERTO,
QUASE NUNCA PERDE O TINO:
ENXERGA POUCO DE PERTO!
MAS,VÊ DE LONGE O CRETINO!

Trova 2;


O amor é que sempre fica.
Mas, ódio sempre nos dói.
O amor pontes edifica,
E o ódio sempre as destrói.

Trova 3:
NO MUNDO HÁ DIVERSIDADE,
PESSOAS DE TODO O JEITO!
UMAS OLHAM QUALIDADE,
OUTRAS SOMENTE DEFEITO.