O PÃO-DURO
Microconto -
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“Sou pão-duro, vivo bem. Não dou esmola, não
faço favor, não ajudo ninguém. Sou pão-duro, vivo bem. Quem quiser que faça
assim como eu também.”
Joaquim
sempre cantarolava a musiquinha de Luiz Gonzaga. Gerente de uma padaria. Todo o
dinheiro ganho escondia no colchão de palha.
Uma noite, sozinho, como o “José”, do poema drummondiano,
fumava. Adormeceu.
Chamas!
Cinzas! Vizinhança acode. Sepultado como indigente!
Alguém no enterro: “sou pão-duro, vivo bem...”
Geraldo de Castro Pereira
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