domingo, 26 de agosto de 2018





O PÃO-DURO

Microconto -

 “Sou pão-duro, vivo bem. Não dou esmola, não faço favor, não ajudo ninguém. Sou pão-duro, vivo bem. Quem quiser que faça assim como eu também.”
  Joaquim sempre cantarolava a musiquinha de Luiz Gonzaga. Gerente de uma padaria. Todo o dinheiro ganho escondia no colchão de palha.
  Uma noite, sozinho, como o “José”, do poema drummondiano, fumava. Adormeceu.
Chamas! Cinzas! Vizinhança acode. Sepultado como indigente!
  Alguém no enterro: “sou pão-duro, vivo bem...”

Geraldo de Castro Pereira


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