sexta-feira, 30 de outubro de 2015





          

O   SAPATEIRO   E   O   RICO



Na sua casa modesta

Vivia um sapateiro.

Contente com sua vida,

Cantava o dia inteiro.


De noite dormia bem,

Sem sequer ter pesadelo.

Sua morada era limpa,

Dela cuidava com zelo.

Com seu trabalho ganhava

Dinheiro suficiente

Pra ter uma vida boa,

Sem problemas e decente.

Mas, havia um vizinho

Morando num casarão.

Tinha dinheiro de sobra,

Saindo pelo ladrão.


No entanto, esse ricaço

Bastante infeliz vivia.

De dia só praguejava,

De noite ele não dormia.

Não tinha nem apetite,

Apesar da farta mesa.

De que lhe adiantava

Ter toda aquela riqueza?

Um dia, o rico tomou

Uma decisão bem certa.

Chamou o vizinho pobre

E lhe fez esta oferta:

“Vejo que estás bem feliz

Com esta tua pobreza.

Que tal se eu dividisse

Contigo a minha riqueza?

Aceite, pois, meu amigo,

É um pedido que te faço:
Não quero mais que me digam

Que sou um triste ricaço.

Quero tornar-me alegre,

E dormir bem sossegado.
O fato de eu ser tão rico

Só me deixa preocupado.

Estás vendo aquele saco?

De dinheiro está repleto.

Leve-o para tua casa.

É prova do meu afeto.”


O sapateiro vizinho

Agradeceu o presente.

Apanhou o grande saco.

Foi para casa, contente.

Parou de rir e cantar,

Vigiando seu quinhão.

Não dormia, nem comia,

Com medo de um ladrão.

Ficou triste e amarelado,

Doentio e muito fraco.

De repente, levantou-se

E pôs no ombro aquele saco.

Foi à casa do ricaço,

Devolveu todo o dinheiro.
“Fique com essa desgraça

E obrigado, companheiro.

Quero cantar e sorrir,

E seguir com minha sorte.

Este saco de dinheiro

Quase me levou à morte”.


A fábula nos relembra
Aquela grande verdade:

“O dinheiro compra tudo,
Menos a felicidade”.


Fábula de Esopo, adaptada e versificada por mim.

Geraldo de Castro  Pereira

quinta-feira, 29 de outubro de 2015




                   
A  RAPOSA,  O  LOBO  E  O   CAÇADOR –

 

                                      
 

 

Uma raposa matreira,

Com muita sagacidade,

Aproximou-se de um lobo,

Ofertando-lhe amizade.

 
O lobo, já solitário,

Dono de grande fortuna,

Achou aquela proposta

Interessante e oportuna.

 
Assim, se tornou amigo

Da raposa traiçoeira.

E fez dela sua única

E universal herdeira.

 
Andavam sempre juntinhos,

Como nunca se viu antes.

Dormiam na mesma cova,

Como se fossem amantes.

 

Um dia, o lobo contou,

Sem maldade e com franqueza,

Que a raposa herdaria

Toda a sua riqueza.

 
Aquela safada fuinha

Ficou bem entusiasmada.

E preparou para o lobo

Uma terrível cilada.

 

Procurou um caçador,

E lhe fez essa proposta:

“Sou amiga de um lobo

E a entregá-lo estou disposta.

 

Com ele eu moro há tempos,

Dividindo a mesma toca.

Pela morte do animal

O que me darás em troca?”

 

“Dar-te-ei a pele dele”,

Respondeu o caçador.

A raposa aceitou logo

A oferta do matador.

 
Levou-o à toca do lobo,

Que dormia sossegado.

O pobre morreu na hora

Nas mãos daquele malvado.

 
A raposa, todo alegre,

Logo se entusiasmou.

Quis tomar posse de tudo

O que o lobo deixou.

 
Mas, o velho caçador,

Foi dizendo de repente:

“A festa não acabou,

Velha raposa indecente!

 
Daquele lobo voraz

Eu livrei as ovelhinhas.

Mas das tuas garras vou

Dar proteção às galinhas.

 

Além disso, lucrarei

Com duas peles também.

Morra, sua desgraçada,

E não perturbes ninguém”.

 

 A raposa não previra

Esse desfecho fatal.

Ela quis ser muito esperta,

E acabou se dando mal.

 

Fábula de Esopo, por mim adaptada e versificada.

 
Geraldo de Castro Pereira

segunda-feira, 26 de outubro de 2015






A  Víbora   e  o Camponês.

 
 


 

 

Era um inverno rigoroso,

Quando um camponês sadio

Encontrou uma serpente

Quase morrendo de frio.

 
Vendo o réptil moribundo,

Dele não teve receio.

Acolheu-o em seus braços

E apertou-o contra o seio.

 
A víbora venenosa,

Ali toda aquecida,

Recobou as suas forças

Com tão bela acolhida.

 
E, sem dó nem piedade,
Já toda recuperada,

No camponês caridoso

Aplicou-lhe uma picada.

 

O homem,envenenado,

Teve morte repentina.

A serpente, sem remorso,

Foi seguindo sua sina.

 
Como moral da história,

Ouça isto, pessoal:

“Quanta gente retribui

Um favor, fazendo o mal”.

 

 

Fábula de Esopo, adaptada e versificada por mim.

 

Geraldo de Castro Pereira

 

 

 

sexta-feira, 23 de outubro de 2015






O Cavalo e o Veado

                                                                             

 

O cavalo e o veado,
Em  uma enorme disputa

Por um pasto verdejante,

Travaram sangrenta luta.

 
O cavalo, em desvantagem,

Perdia para o veado.
O equino pediu ajuda

A um homem bem malvado.

O  homem logo atendeu
Do cavalo a chorumela.

No focinho pôs-lhe um freio
E nas costas uma sela.

 
Depois, montou no animal
E foi atrás do galheiro,

Matou o valente veado
Com um tiro bem certeiro.

 
O cavalo, agradecido,
Pediu ao seu novo amigo:

“Por favor, deixe meu lombo
E leve a prenda contigo”.

 
Simplesmente o homem disse:
“Apear jamais faria,

Bem agora que encontrei
Confortável  montaria.

 
Tornarás, agora mesmo,
Com este teu lindo porte,

O meu preferido escravo
E o meu mais novo transporte”.

 
Como moral da história,

Posso assim me exprimir:
“Quem cava uma armadilha,

Na mesma pode cair”.

 
Fábula de Esopo, adaptada e versificada por mim.

Geraldo de Castro Pereira

quarta-feira, 21 de outubro de 2015






O  LEÃO  E A  RAPOSA

 
 
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Um leão ficou doente

Na sua cova sombria.

Suplicou aos animais

A fazer-lhe companhia.

 
O animal que ali entrava

Vivo não saía ,não.

Nisto, a raposa chegou

Pra visitar o leão.

 
Ficou ali na porta,

Parada, a observar.

A leoa enfermeira

Convidou-a para entrar.

 
A raposa, percebendo

Do leão a esperteza,

Foi ainda mais esperta,

Recusando a gentileza.

 
“Obrigada, enfermeira”,

A raposa redarguiu:

“Vi  tantos ai entrarem

E ninguém inda saiu.

 
Com certeza. eu irei

Perturbar a majestade.

Um doente necessita

De muita tranquilidade”.

 
E assim a velha raposa

De uma armadilha escapou.

Saiu dali, de mansinho,

E no mato se embrenhou.

 
Como moral da história,

Digo ,sem nenhum rodeio:

“Quando encontrares espertos,

Torna-te esperto e meio”.

 

Fábula de Esopo, adaptada e versificada por mim.

 

Geraldo de Castro Pereira.

 

 

 

 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015




                 
A  GALINHA  E  A  RAPOSA




 

Uma raposa faminta

Procurou um galinheiro.

Só achou uma galinha

Descansando em um poleiro.

 
Tentou alcançar a ave,

Dando um tremendo salto.

Mas não logrou seu intento,

Pois o poleiro era alto.

 
Mudou então sua tática,

Com esse papo eloquente:

“É verdade, amiguinha,

Que você está doente?

 
Vim fazer-lhe uma visita

E saber do seu estado.

Desça daí. Com você

Terei imenso cuidado.


 Vou lhe dar um remedinho,

Que vai curar você logo.

Desça depressa daí,

É para o seu bem, eu rogo.”

 
A galinha, prontamente,

Respondeu, desconfiada:

“Prefiro a vida que tenho,

A morrer estraçalhada”.

 
Como moral da história

Não  direi isto em vão:

“A adulação é o recurso

De quem é espertalhão”.

 

Fábula de Esopo, adaptada e versificada por mim.

 

Geraldo de Castro Pereira.

 

 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Gostei muito.




                       
 

O  LENHADOR  E   A   MORTE

 





Halloween morte ceifeiro com foice


 

Um lenhador, já idoso,
Cansado de sua lida,

Chamou a medonha morte

Pra tirá-lo dessa vida.

 
É que não mais aguentava
Tanto trabalho pesado.

Quanta lenha ele cortava

Com o seu velho machado!

 
E tinha que transportá-la
Em suas costas cansadas.

Suas roupas eram velhas,
E estavam todas rasgadas.

 
Quando o homem descansava
Numa sombra, bem tranquilo,

A morte veio e lhe disse:
“Eis-me  aqui para servi-lo”.

 Ele gaguejou um pouco
E disse à morte ferrenha:

‘Chamei-te para ajudares

A carregar minha lenha”.

 A fábula nos ensina
A termos em Deus confiança.

Enquanto tivermos vida,
Não percamos a esperança.

 

Fábula de Esopo, adaptada e versificada por mim.

 
Geraldo de Castro  Pereira

terça-feira, 6 de outubro de 2015


                                      

                     
                       
 

O IPÊ  AMARELO

 


 

 

 

Quando em sorrisos, profusão de cores,
Agosto desabrocha deslumbrante,
O lindo ipê, na mata verdejante,
Cobre-se todo de amarelas flores.

Quando as brisas e os ventos gemedores
Bafejam esse ipê exuberante,

As flores, num vibrar contagiante,
Espargem pelos ares seus odores.

As abelhas, de flor em flor voando,
Sugam o néctar suave, açucarado,
Num leve sussurrar sutil e brando.

Simplesmente sublime e encantador
Contemplar o tapete amarelado
E esplendoroso de um ipê em flor!

 

 

Geraldo de castro Pereira


         





segunda-feira, 5 de outubro de 2015




                                
 

O LEÃO   E   O  MACACO
 
 
 
 

O leão, lá do seu trono,
Convocou os animais

Para um assunto sério
Que o afligia demais.

 
Todos eles aceitaram
O convite do seu rei.

Para eles, a palavra

Do leão era uma lei.

 Um por um foi perguntado
Pelo rei dos animais:

“O meu bafo cheira bem

Ou então fede demais?”


Se um animal dissesse
Que o bafo era fedido,

Morria logo na hora,
Porque era um atrevido.

 
Se falasse o contrário,

Elogiando o odor,
Morria do mesmo jeito,

Por ser um bajulador.

Após a morte de muitos,
Chegou a vez do macaco.

Logo disse ao leão
Que estava muito fraco.


É que nas suas andanças
Apanhou um resfriado.

Não sentia nenhum cheiro
Com seu narigão tampado.


O leão deu gargalhadas
Por aquela sutileza.

O macaco se salvou

Graças à sua esperteza.


Como moral da história
Vou dizer-lhes o que acho:

“Em terra  de  gavião,
Pomba-rola voa baixo”.

 

Fábula de Esopo, por mim adaptada e versificada.

 
Geraldo de Castro Pereira