A RAPOSA, O LOBO E O
CAÇADOR –
Uma raposa matreira,
Com muita sagacidade,
Aproximou-se de um lobo,
Ofertando-lhe amizade.
O lobo, já solitário,
Dono de grande fortuna,
Achou aquela proposta
Interessante e oportuna.
Assim, se tornou amigo
Da raposa traiçoeira.
E fez dela sua única
E universal herdeira.
Andavam sempre juntinhos,
Como nunca se viu antes.
Dormiam na mesma cova,
Como se fossem amantes.
Um dia, o lobo contou,
Sem maldade e com franqueza,
Que a raposa herdaria
Toda a sua riqueza.
Aquela safada fuinha
Ficou bem entusiasmada.
E preparou para o lobo
Uma terrível cilada.
Procurou um caçador,
E lhe fez essa proposta:
“Sou amiga de um lobo
E a entregá-lo estou disposta.
Com ele eu moro há tempos,
Dividindo a mesma toca.
Pela morte do animal
O que me darás em troca?”
“Dar-te-ei a pele dele”,
Respondeu o caçador.
A raposa aceitou logo
A oferta do matador.
Que dormia sossegado.
O pobre morreu na hora
Nas mãos daquele malvado.
Logo se entusiasmou.
Quis tomar posse de tudo
O que o lobo deixou.
Mas, o velho caçador,
Foi dizendo de repente:
“A festa não acabou,
Velha raposa indecente!
Daquele lobo voraz
Eu livrei as ovelhinhas.
Mas das tuas garras vou
Dar proteção às galinhas.
Além disso, lucrarei
Com duas peles também.
Morra, sua desgraçada,
E não perturbes ninguém”.
Esse desfecho fatal.
Ela quis ser muito esperta,
E acabou se dando mal.
Fábula de Esopo, por mim adaptada e versificada.
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