quinta-feira, 29 de outubro de 2015




                   
A  RAPOSA,  O  LOBO  E  O   CAÇADOR –

 

                                      
 

 

Uma raposa matreira,

Com muita sagacidade,

Aproximou-se de um lobo,

Ofertando-lhe amizade.

 
O lobo, já solitário,

Dono de grande fortuna,

Achou aquela proposta

Interessante e oportuna.

 
Assim, se tornou amigo

Da raposa traiçoeira.

E fez dela sua única

E universal herdeira.

 
Andavam sempre juntinhos,

Como nunca se viu antes.

Dormiam na mesma cova,

Como se fossem amantes.

 

Um dia, o lobo contou,

Sem maldade e com franqueza,

Que a raposa herdaria

Toda a sua riqueza.

 
Aquela safada fuinha

Ficou bem entusiasmada.

E preparou para o lobo

Uma terrível cilada.

 

Procurou um caçador,

E lhe fez essa proposta:

“Sou amiga de um lobo

E a entregá-lo estou disposta.

 

Com ele eu moro há tempos,

Dividindo a mesma toca.

Pela morte do animal

O que me darás em troca?”

 

“Dar-te-ei a pele dele”,

Respondeu o caçador.

A raposa aceitou logo

A oferta do matador.

 
Levou-o à toca do lobo,

Que dormia sossegado.

O pobre morreu na hora

Nas mãos daquele malvado.

 
A raposa, todo alegre,

Logo se entusiasmou.

Quis tomar posse de tudo

O que o lobo deixou.

 
Mas, o velho caçador,

Foi dizendo de repente:

“A festa não acabou,

Velha raposa indecente!

 
Daquele lobo voraz

Eu livrei as ovelhinhas.

Mas das tuas garras vou

Dar proteção às galinhas.

 

Além disso, lucrarei

Com duas peles também.

Morra, sua desgraçada,

E não perturbes ninguém”.

 

 A raposa não previra

Esse desfecho fatal.

Ela quis ser muito esperta,

E acabou se dando mal.

 

Fábula de Esopo, por mim adaptada e versificada.

 
Geraldo de Castro Pereira

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