domingo, 29 de março de 2015


              
 
                 Francisco de Quevedo;
                 Grande escritor espanhol, da escola barroca, nascido em Madri em 1580 e falecido em 1606. Como poeta, era  também satírico, como se vê do poema abaixo, criticando um homem de nariz grande, homem esse que, na verdade, se tratava de outro famoso escritor, Luis de Góngora.
Esta é a segunda versão do poema, traduzido para o português por José Carlos Costa Pinto.
 
Érase un hombre a una nariz pegado,
érase una nariz superlativa,
érase una nariz sayón y escriba,
érase un peje espada muy barbado;
 

era un reloj de sol mal encarado,
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érase una alquitara pensativa,
érase un elefante boca arriba,
era Ovidio Nasón más narizado.
 
Érase un espolón de una galera,
érase una pirámide de Egito,
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las doce tribus de narices era;
Érase un naricísimo infinito,
frisón archinariz, caratulera
sabañón garrafal, morado y frito.
 
 
Era um homem a um nariz pegado,
Era um nariz superlativo,
Era um alambique meio vivo,
Era um peixe espada mal barbeado;

Era um relógio de sol mal encarado,
Era boca acima um elefante,
Era um nariz brigão e escrevente,
Um Ovídio Nasón mal narigado.

Era o esporão de uma galera,
Era uma pirâmide do Egipto,
As doze tribos de narizes era;

Era um naricíssimo infinito,
Enorme arquinariz, carranca fera,
Inchaço garrafal, purpúreo e frito.

(Tradução de José Carlos Costa Pinto)

 

 

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