domingo, 20 de dezembro de 2015




A   ÁGUIA,  A   GATA   E   A   JAVALINA

 

 

Bem no alto de um carvalho
A águia fez o seu ninho

Para ter os seus filhotes,

Com muito amor e carinho.

 
Mas, em uma cavidade
Daquela árvore frondosa

Uma gata colocou

Sua prole numerosa.

 Uma bela javalina,
- Dos bosques uma hospedeira - ,

Também pariu seus bebês

Ao lado de uma azinheira.

 
A gata, bem temerosa
De perder o seu abrigo,

Armou o seguinte plano
Para afastar o perigo:

 
Pelo tronco do carvalho

Foi subindo de improviso.
Abordou a pobre águia,

Dando-lhe o seguinte aviso:

“Olha, a dona javalina
Vai nos dar muito trabalho.

Cava a terra todo o dia,
Vai derrubar o carvalho.

 
Ela pode nos matar,

É um animal feroz!
É capaz de nos causar

Uma catástrofe atroz”.

Não contente com seu feito,
Espalhando mais terror,

Foi atrás da javalina
E lhe disse com vigor:

 
“Oh, comadre javalina,

Não saia do seu covil.
Cuidado com seus filhinhos,

Pois a águia é muito vil”.

Com todo esse terrorismo,
A gata ficou feliz.

A águia pousou num ramo,
Não caindo por um triz.

 
E ali ficou muito tempo,
Toda magrinha e franzina.

Não retornou ao seu ninho,
Com medo da javalina.

 
Da toca não saiu mais
A javalina assombrada.

A pobre morreu de fome,
Com toda a sua ninhada.

 
Como moral da história,

Ouçam bem esta lição:
“Enquanto existir o tolo,

Os espertos lucrarão”.

 
Fábula de Fedro, adaptada e versificada por mim - - Da minha obra “Fábulas Di-versificadas -Ed. Protexto

Nenhum comentário:

Postar um comentário