A ÁGUIA, A GATA E A JAVALINA

Bem no alto de um carvalho
A águia fez o seu ninhoPara ter os seus filhotes,
Com muito amor e carinho.
Mas, em uma cavidade
Daquela árvore frondosaUma gata colocou
Sua prole numerosa.
Uma bela javalina,
- Dos bosques uma hospedeira - ,Também pariu seus bebês
Ao lado de uma azinheira.
A gata, bem temerosa
De perder o seu abrigo,
Armou o seguinte plano
Para afastar o perigo:
Foi subindo de improviso.
Abordou a pobre águia,
Dando-lhe o seguinte aviso:
“Olha, a dona javalina
Vai nos dar muito trabalho.
Cava a terra todo o dia,
Vai derrubar o carvalho.
É um animal feroz!
É capaz de nos causar
Uma catástrofe atroz”.
Não contente com seu feito,
Espalhando mais terror,
Foi atrás da javalina
E lhe disse com vigor:
Não saia do seu covil.
Cuidado com seus filhinhos,
Pois a águia é muito vil”.
Com todo esse terrorismo,
A gata ficou feliz.
A águia pousou num ramo,
Não caindo por um triz.
E ali ficou muito tempo,
Toda magrinha e franzina.
Não retornou ao seu ninho,
Com medo da javalina.
Da toca não saiu mais
A javalina assombrada.
A pobre morreu de fome,
Com toda a sua ninhada.
Ouçam bem esta lição:
“Enquanto existir o tolo,
Os espertos lucrarão”.
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