LENDA DA MULA- SEM-CABEÇA
Quando eu era uma criança,
(Ai, tempos que longe vão!),
Uma tia me contava
“Estórias” de assombração.
(Ai, tempos que longe vão!),
Uma tia me contava
“Estórias” de assombração.
Assustava-me demais.
Nesse tempo eu morava
Na fazenda com meus pais.
Muitas vezes nem dormia,
Com o bicho tinha sonho.
Minha tia descrevia
Esse animal medonho.
Com o bicho tinha sonho.
Minha tia descrevia
Esse animal medonho.
Segundo ela, uma mulher
Com um padre se engraçou.
Tal romance na cidade
Para o povo se espalhou.
Como castigo terrível
Para esta mulher travessa,
Foi a mesma transformada
Numa mula-sem-cabeça.
A mula andava nos matosPara esta mulher travessa,
Foi a mesma transformada
Numa mula-sem-cabeça.
Sempre, sempre a trotar.
Das suas ventas saía
Um fogaréu, sem parar.
Eu, embora uma criança,Das suas ventas saía
Um fogaréu, sem parar.
Perguntava à minha tia:
“Se a mula é sem cabeça,
Ter narina ela podia?”
Com essa minha tirada:
“Não atrapalhe a “estória”!
É assim que ela é contada”.
Geraldo de Castro Pereira

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