quarta-feira, 30 de setembro de 2015




            



O  CAVALO  E  O BURRO




Um cavalo, ricamente

De ouro e seda carregado,

Encontrou em seu caminho

Um burro pobre e cansado.


A estrada era estreita.

O asno ia devagar.

O cavalo então gritou-lhe

Que lhe cedesse lugar.


O burrico humildemente

Encostou-se num barranco.

O animal seguiu em frente,

Inda deu-lhe um solavanco.


Um dia, aquele cavalo

Num buraco tropeçou.
Machucou a sua pata

E a mancar começou.


Com esse acontecimento,

O seu patrão, nada amável,

Não quis mais os seus serviços,

Por achá-lo imprestável.


 Mais tarde, o burro passava

Por um estreito caminho

Atrás estava o cavalo

Andando devagarzinho.


O asno parou e disse

Ao atrevido de outrora:

“Por que não pedes que eu saia

Do seu caminho agora?”


Como moral da história,

Para um conselho eu alerto:

“Nunca desprezes ninguém,

Pois o futuro é incerto.”

domingo, 27 de setembro de 2015


O GATO VELHO E A RATAZANA

                  
 
Resultado de imagem para gatos e ratos
 

Um gato ficou bem velho.

Não fazia mais caçada.

Para não morrer de fome,

Ele bolou essa cilada:

 

Apanhou muita farinha

Que encontrou numa despensa,

E a passou no corpo inteiro

E foi pra uma casa imensa.

 

Escondeu-se lá num canto,

Ficando ali bem quietinho.

De repente apareceu

Um esfaimado ratinho.

 

Aproximou-se do gato

Pensando que era comida.

O velho gato o apanhou

Numa única investida.

 

E outros diversos ratos

Caíram em sua artimanha.

Só escapou a ratazana,

Velha, mas cheia de manha.

 

Essa rata escolada

Aproximou-se do gato.

E, vendo aquela farinha,

Apurou o seu olfato.


Sentiu um odor estranho,

Diferente da farinha.

Descobriu o velho gato

Com a cara de fuinha.

 
Então, disse para ele:

“Você apenas engana
Os ratinhos inocentes

E não essa ratazana.

 
Eu o conheço de longe,

Deixa da fazer asneiras!

Já saí de mil combates,

Já escapei de ratoeiras”.

 
Como moral da história,

Eu repito,sem receio:
Para lidar com esperto,

Deves ser esperto e meio.

 
Obs: fábula de Esopo, por mim adaptada e versificada.

 
Geraldo de Castro Pereira

sexta-feira, 25 de setembro de 2015





           
O  VELHO  BARQUEIRO  E  O  MOÇO

 



 
 

Estava um velho em seu barco
Com muito esforço a remar.
Mas, um rapaz folgazão
Começou a caçoar:

 
“Por que te fadigas tanto,
Pra remar esse barquinho?

Não vês que a própria água
Pode levá-lo sozinho?

 
Estás já bastante velho
E não és mais tão veloz.

Ensino-te a conduzir

Essa “casquinha de noz”.

 
O ancião,contrariado,

Falou assim ao rapaz:
“Deixa de contar vantagem,

Pois de nada és capaz.

Eu sou um velho barqueiro
E sei remar com destreza.

Não podes deixar o barco
Sozinho na correnteza.”

 
O rapaz insistiu tanto
Que convenceu o barqueiro.

E entrou naquele barquinho
Com seu ar de aventureiro.

 
Nem sequer pegou nos remos.

Com uma calma excessiva,
Cruzou os braços, deixando

Aquele barco à deriva.


Alegremente, cantava.
De repente, deu um grito.
O barco bateu com força

Numa pedra de granito.


Mas, ele ainda tentou
Pedir auxílio ao barqueiro.

O socorro chegou tarde:
O moço morreu primeiro.


Como moral da história,
O dito aqui nos educa:
“Um macaco mais idoso
Não põe a mão na cumbuca”.

 

Obs: fábula de Esopo, por mim adaptada e versificada.

 
Geraldo de Castro Pereira.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015




        O  GALO   E   A   RAPOSA

 

 

 

 

Um galo estava cantando
Fora do seu galinheiro.

Ao avistar a raposa,

Subiu num alto pinheiro.


A raposa chegou perto
E falou para o galinho:

“Oi,meu amigo querido,
Que fazes aí sozinho?

 
Não sabes que hoje é dia
Da paz entre os animais?

Desça e chame as galinhas

Para abraços fraternais.”
 
Percebeu o galo a astúcia

Dessa raposa matreira.
E então foi bem mais esperto

E disse dessa maneira:

 “Minha amiguinha raposa,
Que boa notícia é esta.

Aguarde  mais um pouquinho
Pra fazermos uma festa.


É que espero a visita
De uns cães lá do povoado.

Aliás, ei-los ali

Vindo para o nosso lado.”

 
A raposa mentirosa
Não quis saber de mais nada.

Escapou-se pela mata
Numa grande disparada.

           +++++
Esta fábula nos traz
Um ensinamento certo:

“Um malandro sempre encontra

Outro alguém, que é mais esperto”.
 
 
Obs: Fábula de Esopo, por mim adaptada e versificada.
 
Geraldo de Castro Pereira

 

 

 

 

 

quinta-feira, 17 de setembro de 2015



            OS MEMBROS E O ESTÔMAGO

 Mão e pé

As mãos e os pés decretaram
Contra o estômago uma greve.
Não quiseram trabalhar,
Nem num serviço mais leve.

É que acharam o estômago
Um órgão muito folgado:
Só recebia vantagens,
Vendo apenas o seu lado.

Depois de um tempo parados
E sem trabalho nenhum,
Deixaram aquele órgão
Num deplorável jejum.

A atitude trouxe ao corpo
Um resultado funesto:
Ficaram debilitados
Mãos e pés e todo o resto.

Os revoltados grevistas,
Percebendo o seu fracasso,
Suspenderam o protesto
Em um curtíssimo espaço.

O estômago retornou
A funcionar de uma vez.
E o corpo perfeitamente
Recobrou a robustez.

Uma lição para nós
Esta fábula contém:
“Faltando peças, a máquina
Jamais funcionará bem”.


Obs: Fábula de Esopo por mim adaptada e versificada.


Geraldo de Castro Pereira



quarta-feira, 16 de setembro de 2015





                           
A VELHA E A GALINHA DOS OVOS DE OURO




Uma velha foi à feira

E comprou uma galinha.

Segurando-a pelas pernas,

Dirigiu-se à cozinha.


Queria dela fazer

Uma canja bem gostosa.

Amolou a sua faca

Para matar a penosa.


Mal sabia a velha então

Que estava com um tesouro,

Pois a galinha botou

Um lindo ovo de ouro.


Pra ver aquele prodígio.

Chamou logo seu marido.

Jamais viram coisa igual,

Nem algo assim parecido.


Todo o dia a galinha

Um ovo de ouro botava.

O casal vendia os ovos

E rindo à toa ficava.


Mas, um dia o marido

Daquela senhora idosa

Deu um palpite errado

Que a deixou ambiciosa:


-“Essa galinha por dentro

Deve ser toda de ouro.

Vamos matá-la e teremos

Um lucro bem duradouro”.



A velha ficou pensando

 No palpite do marido.

Pegou a ave e a partiu

Com o seu facão comprido.


Não encontrou nenhum ouro.

A galinha era normal.

E assim acabou-se o sonho

Do ambicioso casal.
       +++

 "Quem tudo quer, tudo perde”,

É um dito popular.

A ambição desmedida

Devemos sempre evitar.


Obs: Fábula de Esopo, adaptada e versificada por mim.



Geraldo de Castro Pereira.

domingo, 13 de setembro de 2015




                          
O CARVALHO E O CANIÇO

 Resultado de imagem para imagens ou fotos de um carvalho (árvore) 


Um carvalho, orgulhoso

Do seu porte avantajado,

Foi contando mil vantagens

Ao frágil caniço ao lado.

“Veja como eu sou potente,

Não tenho medo de nada.

Nem dos ventos que aqui sopram,

Nem de uma grande rajada.

Enquanto você, meu amigo,
Está sempre em desvantagem.

Não suporta a ventania,
Nem sequer suave aragem.”

“É verdade, -  concordou

O caniço, com franqueza.

Eu sou mesmo muito fraco.

Esta é minha natureza.”

De repente, um furacão
Veio arrebentando tudo.

Jogou por terra o carvalho,

Apesar de ser troncudo.

Já o caniço fraquinho
Envergou-se até ao chão.

E assim não foi atingido
Por aquele furacão.

Como moral da história,
Vamos ao texto sagrado:

“Aquele que se humilha
Será sempre exaltado”.

Obs: fábula de Esopo, adaptada e versificada por mim.

Geraldo de Castro Pereira.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015



 A  PORCA  E   O  LOBO


 








Uma porca estava prenhe,
Do seu parto já bem perto.
Junto dela veio um lobo
Com um papo muito esperto:

“Olá,amiguinha  porca,
Não há ninguém que a acuda.
No seu parto,já iminente,
Por acaso quer ajuda?’

 A porca desconfiou
Daquele lobo esfaimado.
E disse para o malandro
Que dispensava o cuidado.

E acrescentou o seguinte:
“Eu sou muito envergonhada.
Prefiro parir sozinha
Minha querida ninhada.

Depois disso, meu amigo ,
Dar-lhe-ei toda a licença
De assim presentear-me
Com sua nobre presença”

O lobo, contrariado,
Para o mato se mandou.
E a porca, vendo-se livre,
Contentíssima ficou.

E dali saiu correndo
Para um seguro abrigo
Onde teve a sua cria,
Longe do seu inimigo.

Como moral da história
Esta frase nos convém:
“Cautela e uma boa canja
Não fazem mal a ninguém”.



OBS: fábula de Esopo, por mim adaptada e versificada.


Geraldo de Castro Pereira




.