quarta-feira, 9 de agosto de 2017





Assembleia dos Ratos 


Um gato enorme e faminto,
Esperto como uma lebre,
Achou um bando de ratos
Num velho e pobre casebre.

Todo o dia ele caçava
Um rato com sua garra.
E se fartava à vontade,
Fazendo grande algazarra.

Os ratos, apavorados,
criaram um sindicato
Pra acabarem de uma vez
Com esse malvado gato.

Formaram-se comissões;
marcaram uma assembleia.
Dom  Ratão foi logo eleito
Por toda aquela plateia.

E , todos, bem agitados,
Reuniam-se noite e dia,
Três ratazanas bem fortes
Puseram-se de vigia.

Dom Ratão, inteligente,
Matutou um grande plano:
Colocar enorme guizo
No pescoço do bichano.

Convocou outra assembleia
Pra votar o seu intento.
Os ratos compareceram
Cheios de contentamento.

E, por unanimidade,
Deram sua aprovação
À ideia genial
Do seu chefe, Dom Ratão.

Cada rato saberia
-isto seria um colosso –
O paradeiro do gato
Com o guizo no pescoço.

Mas, no fim da reunião,
Velho rato com juízo
Pediu a palavra e disse:
“Boa ideia essa do guizo!

Mas, aqui estou pensando
E meditando comigo:
Quem poria este artefato
No pescoço do inimigo?”

Ante aquela indagação,
Todos eles se calaram.
Botaram o rabo entre as pernas
E logo se dispersaram.

Como moral da história
Escuta esta minha fala:
“É fácil ter uma ideia,
Difícil é executá-la.”
 

OBS: versificação livre por mim feita de uma fábula bem conhecida.

Geraldo  de Castro Pereira 

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