quinta-feira, 20 de dezembro de 2018


Noite de Natal -soneto
Autor:Geraldo de Castro Pereira



Que longos sons, sutis, vibrantes, finos
Ouço ecoando na calma noite fria!
Sons de violões, guitarras e violinos,
Espalhando pelo ar sua harmonia!

E, bem ao longe, retumbantes sinos
Badalam em repiques de alegria!
E a entoação de cânticos divinos
De um coro alegre a todos extasia!

E por que essa noite de esplendores,
De mistérios, de júbilos, de amores?
Esses doces encantos de onde vêm?
´
-É que nesta formosa noite fria
Um botão da divina Flor –Maria
Abrir-se-á na gruta de Belém!

Feliz Natal para minhas amigas e amigos!


quinta-feira, 13 de dezembro de 2018


HAIKAIS DE GERALDO DE CASTRO PEREIRA

Barco da esperança,
Por que tão lento vais singrando
Distante de mim?


-XIV -

Eu quero beijar
A mais formosa das rosas:
Os espinhos não deixam.


-XV -

Comigo subiste
Num pé de jabuticaba:
Preferi teus olhos.

- XVI –

A vida é batalha
Equilibra-se num fio
Da afiada navalha,

-XVII –

Seca nordestina:
Um homem espremendo a água
Da folha do cacto.

Muitas nuvens negras
Estou vendo  em meu destino.
Isto  é racismo?



Subi na balança,
Olhei para o mostrador.
Tive um desmaio..

O tempo varreu
Toda a poeira dos sonhos
Que tanto guardei.


A sombra da morte.
Corre sempre atrás de mim;
Mas, conheço atalhos.

Bola de borracha,
Que bate no chão com força,
Mais alto se eleva.


É um sino de Igreja
Que convida à oração
E fica lá fora.



quarta-feira, 28 de novembro de 2018


Trova que fiz:

Tenho orgulho do passado.
Quem não luta, nunca vence.
Mas, já  o futuro é um dado
Que somente a Deus pertence

segunda-feira, 12 de novembro de 2018


Trovas que fiz:

     -I-

Eu ouvi este conselho,
E aqui repito com fé:
“Ante Deus fique de joelho!
Ante os problemas, de pé!”



         =II -

Com sabedoria imensa
o “Poetinha” disse então;
“Um amor que não compensa
É melhor que a solidão”

quarta-feira, 31 de outubro de 2018




CORAÇÃO

GUILHERME DE ALMEIDA

Lembrança, quanta lembrança
Dos tempos que já lá vão!
Minha vida de criança,
Minha bolha de sabão!

Como vais, como te apartas,
E que sozinho que estou!
Oh! Meu castelo de cartas,
Quem foi que te derrubou?

Tudo muda, tudo passa
Neste mundo de ilusão;
Vai para o céu a fumaça,
Fica na terra o carvão.

Mas sempre, sem que te iludas,
Cantando no mesmo tom,
Só tu, coração, não mudas,
Porque és puro e porque és bom!


segunda-feira, 15 de outubro de 2018

DIA DO PROFESSOR



Hoje dedico essa trova
ao dia do professor.
Nosso aplauso será prova
do nosso carinho e amor!

Geraldo de Castro Pereira

sábado, 6 de outubro de 2018




TROVAS MINHAS:

         -I-
Na minha vida eu errei
E cometi muito asneira.
Agora os erros juntei:
Fiz deles uma fogueira.


              -II-

Andei de cabeça baixa
Quase toda a minha vida.
Hoje ninguém me rebaixa;
Ando de cabeça erguida.

          -III-

Não quero a fama jamais.
Amo a minha liberdade.
Quero o sossego demais
Da minha privacidade.

           -IV-

Hoje em dia tantos meios
Há de comunicação.
No entanto, estamos cheios
De tamanha solidão!

           -V-


No mundo há diversidade,
Pessoas de todo o jeito.
Umas olham qualidade,
Outras só veem defeito.

            -VI-

Faço alguma poesia,
Tornei-me declamador
Pra celebrar a alegria
E pra declamar a dor.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018


QUEM É VOCÊ?

Quem é você que me atormenta assim,
Tão atraente, linda, tão sincera,
Suave flor que brotou na primavera,
espargindo perfumes no jardim?

Procuro conhecê-la e tudo em vão!
Talvez quimera, nuvem passageira.
Última  brasa ardendo na lareira
Deste meu combalido coração.

Os lábios encarnados e risonhos,
Que me  arremessam  num vulcão de sonhos!
Esta covinha que aparece e some

Na sua face , sem qualquer fadiga.
Mas, afinal, quem é você,  me diga?
Pois  aqui fico sem saber seu nome!

(poema de minha autoria).

domingo, 16 de setembro de 2018



Mais trovas:



 -I- 

Essas flechas simplesmente
Partiram do seu olhar,
Cegando-me totalmente:
Nunca mais pude enxergar.

-II-

Andei de cabeça baixa
Quase toda a minha vida.
Hoje ninguém me rebaixa:
Ando de cabeça erguida.

-III-

Não quero a fama jamais.
Amo a minha liberdade.
Quero o sossego demais
E minha privacidade.

-IV-

Hoje em dia tantos meios
Há de comunicação.
Mas, no entanto, estamos cheios
De tamanha solidão! 


segunda-feira, 10 de setembro de 2018

MAIS ALGUMAS TROVAS MINHAS;


I -

Quantos pobres sem guarida,
Num abandono total!
Quem lhes dera ter a vida
De um doméstico animal!

II -

A vida do ser humano

Anda tão banalizada!

Tiram-na, de modo insano,

Por qualquer motivo ou nada!


III -


TROVA SOBRE O INCÊNDIO DO MUSEU NACIONAL:

O Brasil está de luto

Pelo incêndio lamentável!

Com certeza, isto é o fruto

De um governo irresponsável!

domingo, 26 de agosto de 2018





O PÃO-DURO

Microconto -

 “Sou pão-duro, vivo bem. Não dou esmola, não faço favor, não ajudo ninguém. Sou pão-duro, vivo bem. Quem quiser que faça assim como eu também.”
  Joaquim sempre cantarolava a musiquinha de Luiz Gonzaga. Gerente de uma padaria. Todo o dinheiro ganho escondia no colchão de palha.
  Uma noite, sozinho, como o “José”, do poema drummondiano, fumava. Adormeceu.
Chamas! Cinzas! Vizinhança acode. Sepultado como indigente!
  Alguém no enterro: “sou pão-duro, vivo bem...”

Geraldo de Castro Pereira


terça-feira, 14 de agosto de 2018





Seu nome

Espalhei seu nome por toda a parte
E o coloquei em vários outdoors!
Escrevi-o nos altos montes.
Gritei seu nome entre os vales
Para ouvir os ecos repeti-lo.
Coloquei seu nome na voz dos cantores.
Escrevi-o nas areias do deserto
Para que o vento incerto o espalhasse entre as brancas dunas.
Coloquei seu nome nas ondas do mar
 E ele se misturou
Com aquele surdo marulhar.
Ensinei os pássaros canoros a gorjeá-lo
E os relâmpagos a aprenderem a escrevê-lo no céu.
E, com ferro e fogo,
Gravei seu nome em meu coração!
E como sangrou!!!.

terça-feira, 7 de agosto de 2018


Trovas de Geraldo de Castro Pereira:
trova 1:


QUALQUER IDOSO, POR CERTO,
QUASE NUNCA PERDE O TINO:
ENXERGA POUCO DE PERTO!
MAS,VÊ DE LONGE O CRETINO!

Trova 2;


O amor é que sempre fica.
Mas, ódio sempre nos dói.
O amor pontes edifica,
E o ódio sempre as destrói.

Trova 3:
NO MUNDO HÁ DIVERSIDADE,
PESSOAS DE TODO O JEITO!
UMAS OLHAM QUALIDADE,
OUTRAS SOMENTE DEFEITO.




domingo, 22 de julho de 2018


TROVA PARA NELSON MANDELA


.
Fiz uma trova, para comemorar o centenário de nascimento do grande líder Nelson Mandela. Ele nasceu em 18 de julho de 1918 em Joanesburgo.


Nelson Mandela, se vivo,
Hoje teria cem anos.
Foi defensor muito ativo,
Sim, dos direitos humanos!


sábado, 23 de junho de 2018





Selene


Um dia, estava tranquilo,
Passeando pelo jardim,
Quando vi, com todo estilo,
Seu vulto diante de mim.

Você era tão bonita!
Um corpo todo ajeitado.
Trazia um laço de fita
 No seu cabelo anelado.

Aspirei o seu perfume
Que pelo ar se esvaneceu.
As flores sentiram ciúme,
porque o olor era seu.

Seu nome fui perguntando
E você , com ar solene,
Respondeu, num tom bem brando,
Que se chamava SELENE.

Fiquei bastante encantado
E eu apertei  a mão sua,
Dizendo-lhe,emocionado:
“Selene é a deusa da lua”.

Mas, hoje,caminhando ao léu
Por uma aprazível rua,
Fui olhando para o céu:
Buscava a Selene-Lua.

Geraldo de Castro Pereira.

domingo, 3 de junho de 2018


Vivendo e aprendendo!!
Você tinha conhecimento disso?


   "As oferendas deixadas nas encruzilhadas eram uma forma de os negros alimentarem seus irmãos escravos que estavam fugindo dos feitores. Eles escolhiam lugares estratégicos por onde escravos fugitivos passariam e colocavam comida pesada; carne, frango e farofa, porque sabiam da fome e dos vários dias sem comer desses indivíduos e deixavam também uma boa cachaça pra aliviar as dores do corpo e dar-lhes algum prazer na luta cotidiana.
   As velas eram postas em volta dos alimentos para que animais não se aproximassem e consumissem o que estava reservado para o irmão em fuga e aí surge o que todos conhecem como macumba.
    O rito permanece sendo realizado pelas religiões afro como forma de agradecimento e pedidos aos seus ancestrais e em homenagem a seus santos. A cultura branca e eurocêntrica foi quem desvirtuou a prática, para causar medo, terror e abominação e reforçar os preconceitos e discriminações contra os negros.
    Não tenho religião e não pratico nenhum culto, mas gosto de saber que já houve tanta solidariedade no mundo e que as pessoas se preocupavam muito umas com as outras, a ponto de fazerem um esforço para alimentarem alguém, mesmo sem conhecerem o seu rosto.
    Hoje vejo tanta gente em igrejas e igrejas em tantos lugares servindo apenas como instrumento de manipulação e exploração da fé alheia para manutenção do poder. 
   Enfim, nós não evoluímos."
 
  Professor Leandro (historiador da UnB)


domingo, 27 de maio de 2018





OBSESSÃO

Esse amor que você diz
Sentir tanto assim por mim
Não passa de uma obsessão,
Mas um dia terá fim.

Dê-me um tempo, por favor,
Jamais a quero magoar.
Você me sufoca tanto!
Não consigo respirar.

Amor deve ser recíproco
Pra se ter um bom final.
Dessa forma como age
Não me parece normal.

Sejamos somente amigos,
Não posso ser egoísta.
Um amor desse jaez
Torna-se até masoquista.

Vamos acabar com isto
E vivermos nossa vida.
Não torne nossa jornada
Tão complicada e sentida.

Autor: Geraldo de Castro pereira

sábado, 19 de maio de 2018

Geraldo Pereira Pereira SANTA MARIA DO SUAÇUÍ

Eis minha terra
Onde nasci
Santa Maria
Do Suaçuí.

Mineiro bom
Que diz “uai’.
De um burro bravo
Ele não cai.

Esta cidade
Que amo demais
Fica no Estado:
Minas Gerais.

Mas, outros dizem,
Como chacota:
“Fica onde o Judas
Perdeu a bota”.

No entanto, eu digo,
Com emoção:
“Ela está mesmo
No coração”

Eu sou de lá,
Onde vivi:
SANTA MARIA
DO SUAÇUÍ.

Geraldo de Castro Pereira
Membro da Academia de Letras de Vila Velha-ES
e também membro correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni-Mg


sábado, 7 de abril de 2018






O Frade e a Freira


    Resultado de imagem para imagens gratuitas do cartão postal do EspSanto "O Frade e a Freira" -


Benjamim Silva 


Na atitude piedosa de quem reza
E como que num hábito embuçado,
Pôs naquele recanto a natureza
A figura de um frade recurvado.

E sob um negro manto de tristeza
Vê-se uma freira tímida a seu lado,
Que vive ali rezando, com certeza,
Uma oração de amor e de pecado...

Diz a lenda - uma lenda que espalharam -
Que aqui, dentre os antigos habitantes,
Houve um frade e uma freira que se amaram...

Mas que Deus os perdoou lá do infinito,
E eternizou o amor dos dois amantes
Nessas duas montanhas de granito!


Obs: "O FRADE E A FREIRA" constitui um dos principais cartões postais do Estado do Espírito Santo e está localizado às margens da BR 101, entre as cidades de Rio Novo do Sul e Cachoeiro de Itapemirim..




sexta-feira, 30 de março de 2018


LENDA  DO  GIRASSOL

No céu distante uma estrelinha havia,
Que amava o sol assim perdidamente.
De tardinha ela sempre aparecia
Antes que o sol sumisse no poente.

Suspirava e absorvia cada raio,
Como a única luz de sua vida.
Chorava e, às vezes, tinha até desmaio,
Numa tristeza infinda e desmedida.

Um dia, procurou o rei do vento,
E, humildemente, fez-lhe um pedido:
Ficar a cada dia e momento
Contemplando de frente o astro querido.

O deus do vento se assustou e, incréu,
Respondeu, com tristeza, à estrelinha:
“Só se você abandonar o céu
E transformar-se numa sementinha”.

A estrela duas vezes nem pensou:
Caiu na terra em forma de semente.
Num lindo girassol se transformou,
Para viver a vida intensamente.

E suas pétalas se abriram tanto,
Sempre girando bem devagarzinho,
E ostentavam o seu charme e seu encanto,
Sempre seguindo o sol em seu caminho.

E o vento começou a espargir
Muitas sementes pelo mundo afora.
E os girassóis puseram-se a florir,
Ornamentando toda a nossa flora.


Obs:baseado numa lenda de domínio público.


Geraldo de Castro Pereira


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018



O TODO E A PARTE

Poema atribuído a Gregório de Matos.


O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.
  
Em todo o sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica o todo.
  
O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.
  
Não se sabendo parte deste todo,
Um braço, que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo.


Obs: o poema acima, de estilo barroco, escrito no século XVII, é atribuído a Gregório de Matos e é baseado num braço supostamente encontrado de uma imagem do Menino Jesus. Possui uma certa dificuldade de compreensão.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018




Meu Destino


Tal qual um Dom Quixote alucinado,
Vou cavalgando, sem um rumo certo.
Lanço no mundo o meu fremente brado,
Que morre nas areias de um deserto.

E assim vou tateando o meu caminho,
À procura do nada e do vazio,
Como a ave que nunca teve um ninho,
Nem agasalho protetor do frio.

Sigo na luta contra o meu destino,
Que, impiedosamente, me convida
Para o seu labirinto sem saída.

Sou como um grão de areia, pequenino,
No turbilhão dos vendavais medonhos,
Desfeito na poeira dos meus sonhos!

Geraldo de Castro Pereira



quinta-feira, 18 de janeiro de 2018



TROVAS


No deserto, sem alfombra,
Da minha vida vazia
Não tenho sequer a sombra
Desta sua companhia

Era preto o meu cabelo.
Tornei-me agora grisalho.
Foram beijos, com desvelo,
Enviados pelo orvalho.

“Quem canta espanta seus males”,
Assim que diz o ditado.
Mas,espantarei os outros,
Se eu cantar desafinado.

Homem, ao passar dos anos,
Sofre tantos desatinos!
Costuma não ver de perto,
Mas vê de longe os cretinos


Com você tenho sonhado,
Aos poucos me consumindo...
Com você sonho acordado,
Com você sonho dormindo.


Quando te dei  uma rosa,
Os espinhos arranquei.
É para não machucares
Estes lábios que beijei.

Trovas de minha autoria.