AS ABELHAS, OS ZÂNGÃOS
E A VESPA COMO JUÍZA
Laboriosas abelhas
Bem no alto de um carvalhoFizeram sua colmeia
Os favos cheios de mel
Eram muito saborosos.Foram logo cobiçados
Pelos zângãos preguiçosos.
Eles logo questionaram,
Dizendo que a propriedade
Desses favos eram seus,
Pois foi numa cavidade
Daquele velho carvalho
Que eles foram colocados.
E uma acirrada contenda
Formou-se entre os dois lados.
Uma vespa foi eleita
Pra dirimir a questão.
Logo para um tribunal
Foram chamados então.
A vespa, como juíza,
Para à lide por um fim,Fez a seguinte proposta
Aos litigantes, enfim:
Em fazer o melhor favo
Cada qual se esmeraria.Em fazer o melhor favo
E após uma avaliação,
O mais hábil ganharia.
Vendo a impossibilidade
De vencerem a parada,Os zângãos espertalhões
Bateram em retirada.
E assim a sabida vespa
Solucionou a pendenga.E assim a sabida vespa
A sentença foi lavrada,
E acabou-se a lenga-lenga.A fábula nos ensina
E jamais se esqueçam dela:
“Um autor é conhecidoPela obra que o revela.”
Obs: esta é mais uma fábula de Fedro, por mim versificada. Observem que
o fabulista não levanta a questão de forma clara no sentido de que os zângãos
numa colmeia apenas têm a função de fecundar a abelha rainha no voo nupcial.
Eles não possuem ferrão e nem fabricam mel. E quanto à palavra 'zângão',
popularmente é conhecida como zangão (sem o acento circunflexo no primeiro
"a"). Preferi a forma mais correta, no meu entender.
Geraldo de Castro Pereira
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