domingo, 7 de junho de 2015




                         
MEU TOTÓ

 “O amor pode fazer um cão ladrar em versos”-(John Fletcher).



 Eu tinha um cãozinho

Chamado Totó.

Era tão magrinho

Que fazia dó.

Por onde eu andava,

Comigo ele ia.

Quer seja de noite,

Quer seja de dia.

E quando eu tocava

Meu acordeom,

Ficava uivando,

Mas, fora do tom.

Um dia, comigo

Levei meu cãozinho

Prá ver meu amigo,

Que era  vizinho.

Estava chovendo.

Guiava meu carro,

Por uma estradinha

Repleta de barro.

Coloquei meu cão

Na carroceria.

Mas,ficar comigo

ele só queria.


E , desesperado,

Meu pobre animal

Pulou de repente

Lá no lamaçal.

Na lama ficou

Todo enterrado.

Freei o meu carro,

Com muito cuidado.

E quando dei ré,

Ouvi um gemido.

Desci para ver

O acontecido.

A cena que vi

Me estarreceu:

 Totó esmagado

Embaixo do pneu.


Ergui o animal.

Estava mortinho!

Tirei-o dali

Com muito carinho.

Ao pé de um morro

Enterrei o cão.

Cerquei tudo em volta,

Forrei bem o chão.

Todo vez que eu volto

Àquele lugar

O meu amiguinho

Eu vou visitar.


Eu levo comigo

Meu acordeom.

E ouço um ganido

Bem fora do tom.


Geraldo de Castro Pereira





2 comentários:

  1. Boa forma de homenagear um cãozinho com estoriazinha em forma de poema.

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  2. Ivete, é verdade. Ouvi esta frase: " os cães são anjos sem asa". Obrigado pelo comentário.

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