Tristezas na Prisão
Era um verde
e formoso periquito
Que triste e
aflito na prisão vivia.
Queria a sua
antiga liberdade,
Pois à
vontade revoar podia.Tinha inveja das aves soltas, meigas,
Tinha
saudades das canções suaves
De amigas
aves que sutis cantavam.Queria haurir perfumes das boninas
Também queria
as flores orvalhadas
Nas
madrugadas frias e louçãs.
E, quando resplendente
de alegria,
Lindo se
erguia lá no céu o sol,
Ele ficava
logo a soluçar,
Querendo
voar nas asas do arrebol.E, encorujado e só, ali num canto,
Em pranto mudo se banhava então.
E , um dia, quando o sol lá no horizonte,
Atrás de um monte veio se esconder,O periquito, triste e acabrunhado,
Tombou de lado e veio a falecer.
A natureza se vestiu de luto
E a gaiola onde ave estava
Ficou tão brava que se espedaçou.
Este poema escrevi quando eu tinha dezoito anos e estava no Seminário. Era muito influenciado
pelos poemas de Castro Alves, que exagerava na utilização de hipérboles. Vejam também a forma de rimas internas e o vocabulário meio antiquado. Fica aí a autocrítica.
Geraldo de Castro
Pereira.
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