sexta-feira, 26 de junho de 2015


              
           
 

Tristezas na Prisão

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Era um verde e formoso periquito
Que triste e aflito na prisão vivia.

Queria a sua antiga liberdade,
Pois à vontade revoar podia.


Tinha inveja das aves soltas, meigas,
Que pelas veigas  livremente  voavam.

Tinha saudades das canções suaves
De amigas aves que sutis cantavam.


Queria haurir perfumes das boninas
Que, purpurinas, beijam as manhãs.

Também queria as flores orvalhadas
Nas madrugadas frias e louçãs.

 
E, quando resplendente de alegria,
Lindo se erguia lá no céu o sol,

Ele ficava logo a soluçar,
Querendo voar nas asas do arrebol.

 
Triste, batia as asas com um grito,
O periquito na infernal prisão.

E, encorujado e só, ali num canto,

Em pranto mudo se banhava então.

E , um dia, quando o sol lá no horizonte,
Atrás de um monte veio se esconder,

O periquito, triste e acabrunhado,

Tombou de lado e veio a falecer.


A natureza se vestiu de luto
E o bosque hirsuto de pesar chorou.

E a gaiola onde ave estava

Ficou tão brava que se espedaçou.

 
Este poema escrevi quando eu tinha dezoito anos e estava no Seminário. Era muito influenciado
pelos poemas de Castro Alves, que exagerava na utilização de hipérboles. Vejam também a forma de rimas internas e o vocabulário meio antiquado. Fica aí a autocrítica.

Geraldo de Castro  Pereira.

 

 

 

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