A RAPOSA E A ÁGUIA
Numa certa ocasião,
Uma águia altaneira
Agasalhou seus filhotes
No alto de uma palmeira.
A águia, não achando meios
Para a prole alimentar,
As crias de uma raposa
Com violência foi roubar.
A raposa, mãe zelosa,
Ficou cheia de revolta.
Perseguiu aquela ave
Pra ter seus filhos de volta.
Usou de todos os meios,
Com prantos e exclamações,
Mas de nada adiantaram
As suas lamentações.
E, não tendo outra saída,
Chegou-se até a um altar.
Tirou uma tocha acesa
Para a palmeira queimar
É claro que era insano
O desespero do gesto,
Pois poderia matar
Os filhos e todo o resto.
A águia, vendo o perigo
Que todo o mundo corria,
Devolveu para a raposa,
Incólume, a sua cria
Como moral da história,
poderei acrescentar:
“A astúcia do mais fraco
Não se deve desprezar”
Obs: fábula de Fedro, numa tradução mais livre do latim.
Espero que gostem. Versos heptassílabos.
Geraldo de Castro Pereira
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