quarta-feira, 1 de julho de 2015





                     
 

Monjolo

 

 

Era um antigo monjolo

De peroba fabricado.

Batia de noite e dia

Num pilão esburacado.

 
Eu ficava ali olhando

Aquele tosco monjolo

Que tinha por triste abrigo

Velha casa de tijolo.

 
O riacho cristalino

Descia lá da chapada.

Despejava suas águas

Nessa máquina antiquada.

 
E ali gemendo, batia,

Sempre, sempre sem cessar,

Triturando grãos de milho,

Naquele mesmo lugar.

 
De noite, quando eu dormia,

Me acontecia acordar,

Ouvia a triste batida

Do monjolo a soluçar.

 
Meditando, eu pensava

Que em cada forte batida

O monjolo ia contando

Os dias da minha vida.


Obs: o poema acima foi escrito, quando eu tinha dezenove anos, lembrando-me da pequena fazenda em que morava.

Geraldo de Castro Pereira

2 comentários:

  1. Muito bonito o poema. Dá saudade do tempo de criança e, que ficávamos horas vendo e ouvindo as batidas do monjolo. Parabéns!!!

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    1. Nelba, dá saudade mesmo das batidas do monjolo. Incomodam um pouco; depois a gente se acostuma.Obrigado pelo comentário. Abços.Geraldo

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