quarta-feira, 8 de julho de 2015


          


   A    I R M Ã    E    O    I R M Ã O








Um homem tinha dois filhos:
Uma donzela e um rapaz.
A moça era muito feia
E o moço - belo demais.

Eles, brincando no quarto,
Um espelho encontraram.
E, como duas crianças,
No objeto se admiraram.

 O rapaz se achou formoso,
 Vangloriando-se então.
A moça ficou zangada,
 Com os  gracejos do irmão
.
Para se vingar do mano,
Com seu pai foi reclamar:
"Como poderá um moço
Num espelho se mirar?

Pois, espelho é um objeto
Só pra mulher, com certeza.
E um homem não pode usá-lo
Para ver sua beleza".

O pai abraçou os dois
E lhes deu este conselho:
"parai com esta bobagem
E pegai logo este espelho.

Todo o dia podereis
Olhar-se nele, à vontade:
_Filho, usarás a beleza
Pra combater a maldade.

-E tu, minha filha amada,
Deixa de lado os ciúmes!
O importante é cultivares
Sempre, sempre os bons costumes".

Quem só pensa na aparência,
Muitas vezes se ilude:
"Toda a beleza se esvai,
mas fica sempre a virtude".


Fábula de Fedro, por mim versificada.

Geraldo de Castro Pereira.

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