domingo, 28 de junho de 2015




   A   R A P O S A   E   O    C O R V O 





            









O corvo furtou um queijo
De uma casa descuidada.
E voou para a floresta,
Pousando numa galhada.

Enquanto se deliciava
Com seu gostoso manjar,
Eis que aparece a raposa
E o começa a elogiar:

"Como és charmoso e bonito,
Ó meu corvo tão querido!
Quanto brilho em tuas penas,
Que corpo tão colorido!

Se tivesses uma voz,
Ganharias nota dez.
Nenhuma ave da floresta
Chegaria a teus pés".

O corvo, todo orguhoso,
De cantar sentiu desejo.
O seu bico logo abriu,
Deixando cair o queijo.

Mais que depressa, a raposa
Apossou-se da iguaria.
Ávidamente a comeu
Com prazer e alegria.

E virou-se para o corvo
E xingou-o de bobão,
Por ter perdido o seu queijo,
Deixando-o cair no chão.

A fábula nos ensina
Quase em ninguém confiar.
"Quem basstante elogia,
Com certeza quer lucrar!".

Esta fábula  de Fedro é muito conhecida e ficou famosa na pena
 de La Fontaine, que a reescreveu com maestria.


Geraldo de Castro Pereira.



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