O P U LO DO G
A T O
A onça observou o gato
Dando seu pulo certeiro
Em cima de um passarinho
Pousado no abacateiro.
Chegou perto do animal,
Fez-lhe o seguinte elogio:
“Mestre, mestre, que destreza!
A ave não deu um pio.
Será que o mestre podia
Ensinar-me esses truques?
Eu sou tão desajeitada
Apesar destes meus muques.”
O que a onça queria
Era estraçalhar o gato.
Mas, o bichano era esperto:
Fez-se de sonso e pacato.
E aceitou o desafio
De ensinar ao felino
Os pulos que aprendera
Desde quando pequenino.
E pula aqui e acolá,
dando piruetas mil.
Saltou de uma vez só
Um alto e largo barril.
Depois, ficou bem cansado
E parou um bocadinho.
Como se estivesse morto,
Permaneceu bem quietinho.
A onça não perdeu tempo
E armou um pulo arrojado.
Mas, o gato, muito ágil,
Só deu um salto de lado.
A onça ficou frustrada,
Ao perder a sua presa.
Então, questionou o
gato,
Muito brava , com certeza:
“Mestre, isto não se faz.
Isto é pura covardia.
Não aprendi este pulo
Dado com tanta maestria.”
Retrucou-lhe , bem gaiato:
“Pensa que lhe ensinaria
O último pulo do gato”?
Geraldo de Castro Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário