terça-feira, 19 de maio de 2015




                    
O     P U LO   DO    G A T O

 


 

A onça observou o gato

Dando seu pulo certeiro

Em cima de um passarinho

Pousado no abacateiro.

 

Chegou perto do animal,

Fez-lhe o seguinte elogio:

“Mestre, mestre, que destreza!

A ave não deu um pio.

 

Será que o mestre podia

Ensinar-me esses truques?

Eu sou tão desajeitada

Apesar destes meus muques.”

 

O que a onça queria

Era estraçalhar o gato.

Mas, o bichano era esperto:

Fez-se de sonso e pacato.

 
E aceitou o desafio

De ensinar ao felino

Os pulos que aprendera

Desde quando pequenino.

 
E pula aqui e acolá,

dando piruetas mil.

Saltou de uma vez só

Um alto e largo barril.

 
Depois, ficou bem  cansado

E parou um bocadinho.

Como se estivesse morto,

Permaneceu bem quietinho.

 
A onça não perdeu tempo

E armou um pulo arrojado.

Mas, o gato, muito ágil,

Só deu um salto de lado.

 
A onça ficou frustrada,

Ao perder a sua presa.

Então, questionou  o gato,

Muito brava , com certeza:

 
“Mestre, isto não se faz.

Isto é pura covardia.

Não aprendi  este pulo

Dado com tanta maestria.”

 
O bichano, com malícia,

Retrucou-lhe , bem gaiato:

“Pensa que lhe ensinaria

O último pulo do gato”?

 
Geraldo de Castro Pereira

 

 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário