O R
E G A T O
Entre a verde folhagem da mata,
Embalado nos braços da brisa,
O regato no leito de prata
Coleando, sereno desliza.
Vai abrindo, ligeiro, caminho
Entre a densa e rasteira verdura,
e, num tom sonoroso, baixinho,
Uma linda cantiga murmura.
As florinhas no espelho das águas,
Sua fronte gentil vêm mirar;
E eu me esqueço das dores e mágoas
Escutando o regato cantar.
Quando a tarde já vem ansiosa,
E a primeira estrelinha cintila,
Vejo a lua brilhante e formosa
Contemplá-lo, sorrindo, tranqüila.
As estrelas se inclinam tão meigas,
Para ouvir do regato o cantar.
Leves auras, voltando das veigas,
Ficam quedas também a escutar.
Lambaris se remexem ligeiros
Entre as águas da cor de cristal.
Sapos mil – barulhentos ferreiros –
Participam da orquestra infernal.
Quem me dera passar toda a vida
Escutando esses ledos cantares
Do regato que nessa descida
Vai lançar suas águas nos mares.
(Escrevi este poema quando estava com 19 anos de idade. Pelo estilo e uso das palavras e rimas, pode-se perceber que eu ainda era meio imaturo, mas percebia as belezas da natureza).
Geraldo de Castro Pereira
Embalado nos braços da brisa,
O regato no leito de prata
Coleando, sereno desliza.
Vai abrindo, ligeiro, caminho
Entre a densa e rasteira verdura,
e, num tom sonoroso, baixinho,
Uma linda cantiga murmura.
As florinhas no espelho das águas,
Sua fronte gentil vêm mirar;
E eu me esqueço das dores e mágoas
Escutando o regato cantar.
Quando a tarde já vem ansiosa,
E a primeira estrelinha cintila,
Vejo a lua brilhante e formosa
Contemplá-lo, sorrindo, tranqüila.
As estrelas se inclinam tão meigas,
Para ouvir do regato o cantar.
Leves auras, voltando das veigas,
Ficam quedas também a escutar.
Lambaris se remexem ligeiros
Entre as águas da cor de cristal.
Sapos mil – barulhentos ferreiros –
Participam da orquestra infernal.
Quem me dera passar toda a vida
Escutando esses ledos cantares
Do regato que nessa descida
Vai lançar suas águas nos mares.
(Escrevi este poema quando estava com 19 anos de idade. Pelo estilo e uso das palavras e rimas, pode-se perceber que eu ainda era meio imaturo, mas percebia as belezas da natureza).
Geraldo de Castro Pereira
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