domingo, 17 de maio de 2015



                         
O       R   E  G  A T O

 

Resultado de imagem para riachos - fotos gratuitas

 

Entre a verde folhagem da mata,
Embalado nos braços da brisa,
O regato no leito de prata
Coleando, sereno desliza.

Vai abrindo, ligeiro, caminho
Entre a densa e rasteira verdura,
e, num tom sonoroso, baixinho,
Uma linda cantiga murmura.

As florinhas no espelho das águas,
Sua fronte gentil vêm mirar;
E eu me esqueço das dores e mágoas
Escutando o regato cantar.

Quando a tarde já vem ansiosa,
E a primeira estrelinha cintila,
Vejo a lua brilhante e formosa
Contemplá-lo, sorrindo, tranqüila.

As estrelas se inclinam tão meigas,
Para ouvir do regato o cantar.
Leves auras, voltando das veigas,
Ficam quedas também a escutar.

Lambaris se remexem ligeiros
Entre as águas da cor de cristal.
Sapos mil – barulhentos ferreiros –
Participam da orquestra infernal.

Quem me dera passar toda a vida
Escutando esses ledos cantares
Do regato que nessa descida
Vai lançar suas águas nos mares.


(Escrevi este poema quando estava com 19 anos de idade. Pelo estilo e uso das palavras e rimas, pode-se perceber que eu ainda era meio imaturo, mas percebia as belezas da natureza).

Geraldo de Castro Pereira

Nenhum comentário:

Postar um comentário