sexta-feira, 22 de maio de 2015



 A RAPOSA E A CEGONHA






 Certa vez, uma raposa,
Malandrinha e sem vergonha,
Convidou para um jantar
A sua amiga cegonha.

A cegonha agradeceu-lhe
O convite de bom grado.
E voou toda contente
Para o almoço marcado.

Mas, quando chegou à casa
Da raposa desalmada,
Viu que a comida era líquida
Numa pedra derramada.

Bicou, bicou muitas vezes:
Nenhum sucesso logrou.
Aborrecida e faminta,
ao seu ninho retornou.

A cegonha, injuriada,
Pensando numa vingança,
Retribuiu o convite
Para uma comilança.

Dona raposa, gulosa,
O convite aceitou.
Para a casa da cegonha
Depressa pra lá rumou.

Qual não foi sua surpresa,
Depois de tão grande estafa:
O alimento todo estava
Picado numa garrafa.

A cegonha se fartou
Com tão gostosa comida,
Introduzindo seu bico
Na garrafa bem comprida.

Para a raposa famélica
Só restou ficar olhando
Ou lambendo a garrafa
Por fora e só lamentando.

Como moral desta fábula
Só tenho a acrescentar:
“Quem é nocivo aos outros,
Algum dia irá pagar”.

(Fábula de Fedro, por mim versificada,  extraída de minha obra "Fábulas Di-versificadas - Ed.Protexto)


Geraldo de Castro pereira

2 comentários: